A adoção de práticas ESG (Ambientais, Sociais e de Governança) tem crescido significativamente no Brasil. Empresas e gestoras de fundos estão reconhecendo que considerar fatores ESG no momento de escolher seus investimentos não apenas reduz riscos, mas também gera oportunidades de crescimento sustentável a longo prazo. Ao incorporar o ESG, elas podem optar pelos seguintes métodos:
Nesse método, o foco está na exclusão de empresas que não atendem aos critérios de ESG para investir. Setores com atividades controversas, como produção de armas, tabaco ou indústrias poluentes, são os mais comuns. Esse filtro assegura que os investimentos estejam alinhados com princípios éticos e sustentáveis.
Aqui, a análise ESG é incorporada ao processo tradicional de seleção de investimentos. O gestor avalia fatores ESG junto com os fundamentos financeiros das empresas, visando identificar aquelas que equilibram desempenho financeiro com práticas sustentáveis. Um exemplo notável é a Unilever, que adota um plano de sustentabilidade desde 2010, ampliando ações sustentáveis internamente e entre fornecedores e clientes.
Nesse caso, os fundos atuam ativamente junto às empresas nas quais investem, buscando influenciar as práticas ESG por meio do diálogo com a administração das organizações. O engajamento pode incluir votações em assembleias, pressão por mudanças positivas e promoção da transparência. Esse método promove uma mudança real e duradoura nas empresas investidas.
Ao contrário do filtro negativo, o filtro positivo seleciona empresas com boas práticas ESG. O gestor busca investir em organizações que se destacam em questões ambientais, sociais e de governança. O grupo Natura & Co, que inclui marcas como Natura, Avon e The Body Shop, é um exemplo de empresa que se destaca por seus investimentos focados em impacto positivo e sustentabilidade.
Esse método foca em investir nas empresas líderes em ESG dentro de setores específicos. São identificadas as melhores práticas em cada área, e recursos são alocados nessas empresas. O Itaú Unibanco, um dos maiores bancos do Brasil, adota critérios rigorosos para selecionar empresas líderes em ESG na hora de aplicar seu capital.
Esse tipo de investimento concentra-se em áreas específicas, como energias renováveis, saúde ou educação. Prioriza setores alinhados com temas sustentáveis e investe em empresas que contribuem para essas áreas. O fundo XPA ESG, da XP Private, é um exemplo, composto por fundos de ações, renda fixa e multimercados de gestoras locais e estrangeiras com foco em temas sustentáveis.
Considerando as tendências de investimentos direcionadas por práticas ESG, alguns setores têm se destacado dentre as opções mais procuradas pelos fundos:
• Energias Renováveis: Foco na transição para fontes limpas de energia.
• Tecnologia: Inovação e eficiência energética.
• Saúde e Bem-Estar: Qualidade de vida e saúde pública.
• Infraestrutura Sustentável: Projetos que promovem o desenvolvimento sustentável.
A mensuração de resultados em investimentos ESG é desafiadora, especialmente ao medir fatores qualitativos. Ferramentas como índices ESG e relatórios de sustentabilidade ajudam a avaliar o impacto dessas medidas. Contudo, é necessária uma maior conscientização entre investidores sobre os efeitos da abordagem ESG e seu alinhamento com as demandas atuais da sociedade e do meio ambiente.
A incorporação de práticas ESG em fundos de investimento no Brasil representa um passo importante para a promoção de um mercado financeiro mais sustentável e responsável. Ao adotar esses métodos, investidores podem não só atender às expectativas de um público cada vez mais consciente, mas também assegurar um crescimento sustentável e uma gestão de riscos mais eficiente. A chave está em entender que a sustentabilidade não é apenas uma tendência passageira, mas uma necessidade para o futuro das finanças e dos negócios.